O texto de referência é extremamente instigante.
Ao lê-lo, lembrei-me de algo que observei recentemente aqui nos EUA, onde moro: as obras de arte e de cultura que têm sua origem nas tradições culturais do Ocidente compõem os acervos dos Museus de Artes; os chamados conhecimentos tradicionais enconram seu lugar nos Museus de História Natural. É
Por outro lado, é interessante perceber
Construir uma agenda e uma prática da diversidade cultural realmente democrática, na qual os detentores do conhecimento tenham de fato uma voz e um papel ativo na definição das políticas e ações, é um desafio. O estabelecimento de um efetivo diálogo intercultural seria um primero passo nessa direção. Entre os temas de discussão propostos, senti falta de algum item de caráter mais geral, que buscasse identificar, nas diferentes tradições culturais, a singularidade dos distintos sistemas de pensamento que elas exprimem. Visões do mundo que não deveriam ser vistas a partir das tradições ocidentais mas que poderiam propor uma leitura, nos seus próprios termos, destas tradições.
Uma última observação: fala-se muito, hoje em dia, da necessidade de promover o diálogo entre Ocidente e Oriente, o que acaba se traduzindo, de forma simplista, em promover as relações entre a Cristandade e o Islã. Trata-se de uma visão reducionista e de base dualista. Creio que o Brasil, e as Américas de um modo geral, podem contribuir para esse debate mundial ao apresentar outras tradições singulares, de fundo religioso ou não, e suas diversas combinações a arranjos particulares.
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